sábado, 29 de maio de 2010

Veja o quanto você mudou; Todas as coisas que perdeu pelo caminho que eram tão suas e agora nem lembra mais; Tantas ruas que você anda em suas noites sem sono não lhe dizem absolutamente nada. Tanta amargura em seu pranto; Tanta vontade disso e daquilo, de ser e ficar com preguiça de continuar sendo - de mudar e refazer, mais e menos (eu desejo fazer tudo o que quero infinitamente pelo resto da minha vida); Eu quero mudar a cada passo - a cada olá; Eu vou ser o que sou e tudo o que você é, eu vou ser como aquele cara e como essa garota; Eu vou ser tudo e todos da forma que eu quiser; Mas, agora você não consegue acreditar em suas próprias palavras; Não consegue encarar o olhar duro de si mesma no espelho; Fica quieta quando está sozinha, por medo do que vai dizer; Não reconhece seu rosto quando o vê refletido, de onde surgiram essas marcas? Não espera alguma coisa do futuro, não reclama, contudo, desse aspecto duvidoso, mas gostaria de ter um lugar para ir, um lugar para olhar; Todas as pessoas começam a se enganar em algum momento de suas vidas, acreditando nas coisas que querem, isso pode ser aceitando a mediocridade do dia-a-dia e meias verdades, ou sonhando acordado com alguém achando que aquilo é sincero; Quem consegue ser todo sonhos nesse mundo tão real? Eu espero conseguir chegar ao fim da minha passageira existência e então gritar para mim o mais alto que eu puder: jóia, campeão, show de bola! Mentira, claro que não vou dizer uma coisa ridícula dessas no meu leito de morte que pode nem ser um leito - vai ser o que eu quiser; Eu só espero morrer e pensar que estou acordando e não indo dormir - acordando para uma possível realidade do outro lado, porque aqui eu sonhei e foi assim a minha vida, de uma noite para outra, de sonho em sonho; Eu vou lhe dizer para onde vou se algum dia você quiser vir atrás de mim: te espero no meio do nada ao lado do infinito, próximo àquela estrela azul calcinha, vê? Logo ali onde todas as coisas se encontram para tomar um café; Onde todos os sonhos param para tirar um cochilo; Achou? Os mochileiros que passam carregam apenas vida e um ou outro cigarro nos bolsos; Ninguém tem medo nesse lugar? Quem teme e treme é o próprio medo, nós não tememos, apenas continuamos andando para onde quer que nossos pés nos levem - leves como uma nuvem; Eu olho para o céu noturno e canto uma canção (Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser); eu olho para o chão e assobio uma melodia; Eu corro na relva sem sapatos e subo em árvores até o ponto mais alto que alcanço; Eu brinco com minha vida, porque vou sair morto daqui de qualquer forma: eu vou morrer, e você? Não tenho por que calar, temer, conter, guardar, esconder, suar frio porque é perigoso viver. Eu não tenho porque me cuidar, eu serei incondicionalmente e sem um pé atrás. Eu vou partir minha cara no muro mais próximo e quebrar meu coração em partículas invisíveis de tão pequenas: mas não passo por essa vida sem viver tudo o que algumas pessoas apenas conseguem imaginar. Eu sou o que você sonha. Me dê sua mão e suba aqui, essa é minha estrela favorita para sentar e ficar observando o mundo: olha como as pessoas parecem formiguinhas confusas correndo de um lado para o outro; olha como tudo o que você tinha sob seus pés é minúsculo; só cuidado para não cair, sei que vivo minha própria loucura e crio minha realidade, mas ainda não consegui aprender a voar, babe. Eu só sei que não saio desse lugar sem viver a minha esquizofrenia diária; Não passo por essa vida sem viver.

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