Preciso
de uma boa dose de melancolia pra escrever. Faz parte de meu processo criativo:
uma pitada de tristeza e voi là. Poesia prosa romances peças, escrevo de
remorsos. Palavras rasgadas. Tomadas ao peito pela pena afiada. Acho que
escolho meus relacionamentos pensando nisso, quero dizer, numa decepção. Deve
ser por isso que, geralmente, dá tudo errado. É um prazer masoquista, ou uma
necessidade física, um pequeno sofrimento pra voltar a escrever. Vicia. A dor. A
escrita. Deve ser por isso que dá tudo errado, pelo bem da poesia. A arte imita
a vida, a vida imita a arte. Nesse jogo de citação, quem se fode é o escritor
que precisa sofrer pra escrever. Agora olho ao redor e não sinto que estou em
meu lugar. Já disse um daqueles papeizinhos
de biscoito da sorte uma vez, algo sobre eu não estar no lugar certo. Mas, não
dei atenção: comi o biscoito e até o papel com a sorte. Acho que estava certa,
quero dizer, a sorte. Pra onde vou, foda-se. Aprender a escrever, pra não
precisar buscar inspiração chafurdando em sentimentos aleatórios.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Segurei entre meus dedos aquelas lembranças que carregava comigo. Apertei-as pra lembrar, torci pra ver se restava um pouco de saudade. Pra escorrer um pouco e pingar na ponta de meu medo. Senti sua falta e andávamos de mãos dadas. Continuei caminhando, guardei novamente aquelas saudades de outrora no bolso perto do peito. Os nós dos dedos brancos de tanto apertar aquela velha fotografia. As cores gastas que mancharam minhas mãos; As tintas que mancharam a ponta de meus dedos que passo na ponta dos lábios em um beijo polaroid. 35 mm.
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