sábado, 29 de maio de 2010

Veja o quanto você mudou; Todas as coisas que perdeu pelo caminho que eram tão suas e agora nem lembra mais; Tantas ruas que você anda em suas noites sem sono não lhe dizem absolutamente nada. Tanta amargura em seu pranto; Tanta vontade disso e daquilo, de ser e ficar com preguiça de continuar sendo - de mudar e refazer, mais e menos (eu desejo fazer tudo o que quero infinitamente pelo resto da minha vida); Eu quero mudar a cada passo - a cada olá; Eu vou ser o que sou e tudo o que você é, eu vou ser como aquele cara e como essa garota; Eu vou ser tudo e todos da forma que eu quiser; Mas, agora você não consegue acreditar em suas próprias palavras; Não consegue encarar o olhar duro de si mesma no espelho; Fica quieta quando está sozinha, por medo do que vai dizer; Não reconhece seu rosto quando o vê refletido, de onde surgiram essas marcas? Não espera alguma coisa do futuro, não reclama, contudo, desse aspecto duvidoso, mas gostaria de ter um lugar para ir, um lugar para olhar; Todas as pessoas começam a se enganar em algum momento de suas vidas, acreditando nas coisas que querem, isso pode ser aceitando a mediocridade do dia-a-dia e meias verdades, ou sonhando acordado com alguém achando que aquilo é sincero; Quem consegue ser todo sonhos nesse mundo tão real? Eu espero conseguir chegar ao fim da minha passageira existência e então gritar para mim o mais alto que eu puder: jóia, campeão, show de bola! Mentira, claro que não vou dizer uma coisa ridícula dessas no meu leito de morte que pode nem ser um leito - vai ser o que eu quiser; Eu só espero morrer e pensar que estou acordando e não indo dormir - acordando para uma possível realidade do outro lado, porque aqui eu sonhei e foi assim a minha vida, de uma noite para outra, de sonho em sonho; Eu vou lhe dizer para onde vou se algum dia você quiser vir atrás de mim: te espero no meio do nada ao lado do infinito, próximo àquela estrela azul calcinha, vê? Logo ali onde todas as coisas se encontram para tomar um café; Onde todos os sonhos param para tirar um cochilo; Achou? Os mochileiros que passam carregam apenas vida e um ou outro cigarro nos bolsos; Ninguém tem medo nesse lugar? Quem teme e treme é o próprio medo, nós não tememos, apenas continuamos andando para onde quer que nossos pés nos levem - leves como uma nuvem; Eu olho para o céu noturno e canto uma canção (Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser); eu olho para o chão e assobio uma melodia; Eu corro na relva sem sapatos e subo em árvores até o ponto mais alto que alcanço; Eu brinco com minha vida, porque vou sair morto daqui de qualquer forma: eu vou morrer, e você? Não tenho por que calar, temer, conter, guardar, esconder, suar frio porque é perigoso viver. Eu não tenho porque me cuidar, eu serei incondicionalmente e sem um pé atrás. Eu vou partir minha cara no muro mais próximo e quebrar meu coração em partículas invisíveis de tão pequenas: mas não passo por essa vida sem viver tudo o que algumas pessoas apenas conseguem imaginar. Eu sou o que você sonha. Me dê sua mão e suba aqui, essa é minha estrela favorita para sentar e ficar observando o mundo: olha como as pessoas parecem formiguinhas confusas correndo de um lado para o outro; olha como tudo o que você tinha sob seus pés é minúsculo; só cuidado para não cair, sei que vivo minha própria loucura e crio minha realidade, mas ainda não consegui aprender a voar, babe. Eu só sei que não saio desse lugar sem viver a minha esquizofrenia diária; Não passo por essa vida sem viver.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

(Depois eu canto ela para você, quando meu violão não for tão pesado que nem consigo mais tirá-lo do chão; mais tarde pode ser tarde demais; minhas notas podem não valer a pena; minhas piadas são sem graça e meu amor é chato).

Eu ando distraído
Minhas meias nem combinam entre si
Acendi um cigarro pelo filtro
Comecei a ler um livro do fim
Falei palavras sem sentido
Só pra ouvir alguma coisa

Enchi o meu copo com uma bebida que eu nem sei
Errei toda nota nesse violão sem cordas

Sem planos pra minha vida
Nenhum sonho debaixo do travesseiro
Sem seu beijo em minha boca
Sem seu cheiro de cigarro na minha roupa

Eu ando distraído
Meu mundo de ponta cabeça
Sem calma sem graça
Como uma tragada breve que não deixa marcas
Como um sorriso esquecido num guarda-pó nunca mais visto

Tentei abrir por engano a porta de estranhos no meio da noite
Me perdi numa rua vazia, sem carros, sem casas, sem nada

Sem planos pra minha vida
Nenhum sonho debaixo do travesseiro
Sem seu beijo em minha boca
Sem seu cheiro de cigarro na minha roupa


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Dialogue to the moon

I' m sorry not to be able to feel it all the way this might take. Not to see the great meaning this could take, but she ain't coming. I'm pretty sure what my eyes see and countless feelings I should only wonder about stands right in front of me. I could bark to you or tell one of my poems; I could spent whole night staring at you as your nearest star; I know what this moment offers to me as well as you do; but she ain't coming tonight. Probably you argue this is my very best night and might offends my discase, but she ain't coming. I should spent whole night trying to forget her fault and by the sunrise be glad I slept in your arms;

I' m sorry, she should be part of it, and I tell you what: she ain't coming... she ain't coming.
De repente eu entendo porque um número tão grande pessoas se apaixonam pela lua e escrevem tantos poemas sobre ela. Pela minha janela posso vê-la enorme e brilhante no céu e olho diretamente para seus olhos - que imagino estarem lá me enxergando tão bem quanto eu a vejo. Arrasto para o lado o vidro que me separa da noite lá fora e sinto o frio entrando sorrateiro em meu quarto, sento em minha cama e puxo a coberta para esquentar meus pés enquanto olho para cima e vejo tudo o que muitos outros perceberam estar ali desde sempre. Parece agora tão óbvio preferir a noite ao invés do dia, eu consigo entender todos esses andantes noturnos - a lua é como uma verdade intragável que você aprende a conviver, e quando a compreende plenamente é como se todas as coisas ditas até então pudessem ser esquecidas e perdidas num lapso de memória moldável segundo suas próprias vontades. A lua é uma verdade que você pode encarar nos olhos, ao contrário do sol que lhe deixa cego com sua claridade excessiva - uma mentira ofuscante que se engole agridoce goela abaixo. O sol é superficial, você não pode olhar para ele até conseguir entendê-lo - simplesmente aceita o pouco que aguenta e convive com uma meia resposta. Aqui está tudo que se pode dizer, na luz que vem da escuridão. E lembre que se a lua brilha na sua frente é porque o dia começa do outro lado do mundo e a vida continua para outras pessoas totalmente diferentes de você. Parece que essa pequena bolinha brilhante do céu vai cair em meu colo a qualquer momento e vou dormir enquanto embalo todas as noites enluaradas desse extenso universo de todos que estão aí para viver suas vidas onde são mais felizes. Parece que posso sentir o pedido de todos aqueles que são tristes me pedindo para aproveitar esse momento e como eu gostaria de ligar para ela e marcar um encontro bem no meio da rua, agora, nesse instante, só para olhar para cima e segurar sua mão - mas, tenho medo de acordá-la por nada. Boa noite a todos que vêem o que vejo, e também a quem perde esse momento. Durma bem, pequenas criaturas do dia (vocês não sabem o que estão perdendo)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Acabaram os cigarros, acabou-se tudo, não tem mais música, nem beijos e abraços; não existem mais sequer mentiras e sorrisos improvisados; não há mais riso e gritos encarniçados; sem brincadeiras bobas e piadas sem graça; acabaram as noites calientes e os beijos apaixonados; nenhum gemido na noite gélida; sem orgasmos debaixo das cobertas; pés frios, pois só a quatro pés se esquenta alguma coisa; sem mais horas afoitas por causa do encontro de daqui a pouco; sem minha voz rouca em seu ouvido; sem seu olhar furtivo - a não ser o que está colado na parede como lembrança, restaram saudades espalhadas pelo quarto e a marca de seu amor em meu corpo. Restou alguma coisa além disso? Uma esperança incontida de lhe encontrar novamente ou alguém que me lembre incondicionalmente você. Restou um adeus entalado na garganta e um beijo estalado nos lábios, além de um coração pequeno e frio que, como o do Grinch depois do natal, aumenta seu tamanho e começa a bater só por vê-la passar.
Ela não quer falar comigo novamente, vai agir como se eu não existisse. Talvez algum dia volte para dizer "olá" ainda outra vez. Mas, acho que o mais certo é que nessas idas e vindas ela acabe esquecendo de me encontrar enquanto eu fico esperando. Enquanto carrego nossos sonhos nos braços, ela vai deixando-os morrer pelas esquinas da vida. Vai me ignorar de novo enquanto só penso nela. É engraçado, se lhe é tão indiferente me ver ou não, por que me incomodar com isso? Não deveria mais pensar nela. Agora estamos em nossos lugares, somos lembranças gostosas de mastigar como um algodão-doce maior do que nossos próprios rostos e temos pedaços grudados até aos cabelos. Com sorte ainda sou uma saudade. Ela é a garota dos meus poemas e de meus sonhos. Agora ficou apenas uma imagem melancólica de como ela era, uma representação, uma idealização intocável que tenho medo que desapareça - mas está em seu lugar, linda como sempre foi, e sem poder me machucar: atrás do muro invisível que separa a vida do sonho. Já que decidiu ir embora e não quer mais falar comigo, acho que eu deveria parar de escrever sobre essas coisas - sobre ela, apesar de escrever o que é meu por direito, ou seja, a ideia que fiz dela - talvez algum dia eu pare. Com sorte, algum dia serei para sempre o que quis ser com ela. É uma pena que minha alma inquieta tenha encontrado seu colo branquelo e gordinho capaz de lhe dar alento, mas não possa viver essa paixão modesta e enorme ao mesmo tempo. Quando as coisas vão embora, substitui-se o que havia ali; Eu não imagino nada que possa ocupar seu lugar. Deixo minha vida intragável na porta de seu quarto e meu coração de brigadeiro na geladeira para o caso de você voltar algum dia, para matar sua sede de mim nas lembranças póstumas de quem nunca esquece.

domingo, 23 de maio de 2010

She stares me under the spot light. In the middle of this creep night, right between all things said and undone. I might wonder is cold outside, where the lights can’t easily turn on the darkest side inside us; I feel damn sure that is happening all over the place – people get hurt, they start to cry, some of them deserve to die and you couldn’t help anyway. But here stands this girl in front of me under the spot light and it shows me her appearance and even her soul is so clear. It’s hard to say exactly what she is doing right now, for sure she looks at me. I try to run away, at least hide my own eyes in my dirty clothes. Maybe I could be wronged and she is looking elsewhere. What is that freak light after all? Ain’t moonlight. Stop looking me asking why such things happen. I want to hold you against me and whisper all I know about life, the universe, you and me. I tell you what, say hello and I’ll walk to you. Say anything and I’ll walk to you, or tell me to go outside and be as cold as the night goes on.

sábado, 22 de maio de 2010

I used to be so comfortable with my assurances – and that means my own sadness, yet my crazy little crises on existentialism. By now all my self confidence is gone and I actually don’t know how to follow its steps anymore. What I was in the past walked away from me. The worst part is that it was not my fault. I mean, probably you’re judging me at this point, but guess what, I couldn’t help my sanity this time. See, there is a girl in the whole story, it starts with her and end up now that she isn’t here anymore. What I still feel about her is so fucking unbearable; because you can’t love that much one single woman, can you? It’s agonizing to see right into her eyes and just wish to be quiet feeling her breath in your own body. I past uncountable nights messing with her hair after she slept and staring at her sleepy face in the pillow. I just loved playing with her hands and feet. I tell you what, talk to her in bed and smoke beside her after sex was so damn good that I can’t easily stop to think about all this. My earlier life was to be hard pressed into bad dreams, painful nights and days like nights. And then she came, dancing in my front door; that’s when I just met my madness. We got what all you people only can whisper about. What we lived could ruin some philosophical truths around the world about being happy. But God is a Bitch with a Big Bad B, you know? So it’s over by now. I can’t find myself without her anymore, what means nothing or even less to her and we still by ourselves. As she came by, dancing in my front door, she went away on a non starry night yet dancing and singing my music. While she walk away I want to call her back, but she can’t listen to me and keep on track. So I die in the road, I stop walking and don’t want to take a ride. Maybe she turns back and I’m afraid if I move a finger she couldn’t see me. I stay for a while. It could be forever. Anyway, my life is to be forever hers – she standing by me or not. Now I sit by myself in the middle of the street and look up to the sky, but not even a cloud of good luck, nor a single star has the courage to shine again. I gently scratch her front door to ask her to one more dance. I wish we could sing another day once again. I wish she at least hears my softly knock knock and maybe opens the door in funny pajamas asking me why the hell I took so long to came.

Night night, sweetie.

sexta-feira, 21 de maio de 2010


Peguei meu violão. Essa é uma música do The Pogues que gosto bastante, a versão original é totalmente diferente:

1. Porque não sei cantar
2. Porque eu fiz coisa minha na música, ficou desse jeito

(A música é boa de verdade, veja a versão original)

Cante uma canção, mesmo que você não saiba cantar!

PS: I love you 'till the end, babe.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Desviou o olhar acanhada e com medo do que eu poderia enxergar em seus olhos. Falava comigo olhando para o chão, para que eu não soubesse o que dizia e porque não queria aquele sentimento pulsando dentro de si. Não havia espaço ali para que ela se apaixonasse por mim - ao menos se sabe que não era o que lhe apetecia. E quando me fitava, deixava ver-lha por dentro, sem querer, e o que eu via era a confusão que ela sentia por estar nisso tudo. Havia ali qualquer coisa de medo de não saber como sair ou perder o controle da situação. Eu mesmo poderia dizer que preferia que ela olhasse para o chão, ou que me encarasse com despudorada certeza e vontade, mas devo confessar que adorava encontrar mesmo aquela apreensão, porque tornava tudo diferente - trazia sentimento, ou a tentativa da negação dele (que negar é ter, ou o medo de ter, todos sabem). Quando me encontrava os olhos, assustada e confusa, podia ver a explosão de questionamentos que enfrentava. Poderia tentar compreender o por que desse medo, mas o meu próprio eu já havia jogado pela janela. Talvez eu devesse ter me protegido mais e enfrentado minha acusação de estar apaixonado sozinho, mas, erro meu, lha expus toda uma argumentação pautada por meu amor ensimesmado em nós dois - devo ter-lha amedrontado ainda mais. Devo ter impelido ao término da coisa toda, porque não soube dosar meu amor homeopáticamente. De qualquer forma, o romance termina em peças partidas e partidas definitivas, não sei se minha segurança era pela certeza de que um dia acabaria (mesmo que eu me jogasse sem corda para voltar, mesmo que eu não saísse do lugar), ou se eu estava seguro porque imaginava ali a quebra do paradoxo atual de romance breve. Acho que sonhei com ela a plenitude de sentimentos possíveis aos casais da literatura e dos filmes e não tive medo porque acreditava piamente nisso. Contudo, é difícil se quebrar a força de uma tradição e ainda agora os relacionamentos são ligeiros - o tempo de um cigarro. Piegas, devo dizer, mas sonhei com ela sermos a essência mesma da fumaça de nossos cigarros que baila no ar e desaparece, mas não deixa nunca de existir. Vamos para todos os lugares, em pequenas partículas somos o mundo e o universo. Eu sonhei a seu lado o eterno da matéria, mas em estado onírico. Sonhei nossa vida juntos e viramos sonhos e saudades agora. Ainda hoje, feliz ou infelizmente, sinto a taquicardia que sempre me deu ao vê-la. Espero que seja na verdade um problema crônico. (O que seria engraçado, dizer que sou doente de amor, pois logo trataria por sou doente por você).

terça-feira, 18 de maio de 2010

Dois corpos entrelaçados se olham, enquanto brincam de ser feliz. Dançam pelo quarto calados em seus passos ensaiados e não precisam de música. Subindo pelas paredes fazem amor e sentam no teto para fumar um cigarro depois do sexo e conversam. A fumaça corre em direção ao chão. Ninguém entende o que eles falam, lá em cima, somente eles sabem o que querem dizer. (Como uma piada interna, só deles). Descem para a cama e se embolam nos cobertores, tentam esquentar os pés um do outro porque esse inverno está muito frio. Se abraçam e se amassam num pequeno colchão de solteiro (onde teoricamente cabe um solteiro, mas aqui tem duas pessoas que se encaixam perfeitamente bem nesse espaço); na verdade, não se importam nem um pouco em se apertar ainda mais - diria até que sobra cama nesse lugar. Olhando de longe, parece uma bola de gente cheia de cores e texturas. Mais de perto, você não sabe dizer o que é, porque só eles podem lhe dizer o que são naquela hora. Para ser sincero, é como uma pintura expressionista: você não a entende, apenas sente o que ela quer dizer. Assim fomos eu e você, um quadro maravilhoso. Repletos de cores e significados, pinceladas rápidas e furtivas, outras fortes, outras pedantes; um quadro inesquecível jamais pintado. Quem em sã consciência conseguiria imaginar uma imagem tão perfeita? Ou, ainda mais sério, onde conseguiriam cores tão vivas para colocar isso tudo numa tela? Não acho possível, visto que nós mesmos não somos possíveis - nem existimos. Somos o que além disso? Sozinhos, somos auto-retratos simplórios, mas, juntos, somos uma pintura imaginária sem autor nem quadro. Somos tudo o que quisermos, sem limites de traços mal feitos. Somos.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

E agora? Agora eu corro em círculos até cansar; agora eu acendo meus cigarros pelo filtro; agora eu bebo sem estar com sede; agora eu sonho sem estar com sono; agora eu sorrio sem querer sorrir; agora eu escrevo sem querer escrever; agora eu sou sem querer ser; agora eu me deito sem querer deitar; agora eu vejo tudo como não gostaria de ver; agora não faz sentido, agora não existe mais; agora não é nada porque não pode ser medido; agora não é ciência; agora já passou; agora sou eu que já passei; agora é agora e já foi; agora é nunca mais e não volta mais; agora é a hora de se deixar levar pela vida de braços dados com alguma coisa sem sentido; agora é andar a esmo pelo centro da cidade sem nem saber para onde se vai; agora é esperar pelo não-se-sabe-o-que; agora é gritar o nome de não sei quem; agora é deitar no colo do vento procurando alento; agora é ser por obrigação e sem sonhos, sem vontade; agora é ver um filme sabendo o final; agora é ficar calado por medo; agora é ter medo; agora é o passado, quando alguma coisa foi de verdade, porque o que é agora não é nada.
A vida não é tudo isso. Às vezes você cansa de ser o que não é, sorrir quando não quer e mentir para ser feliz. Algumas coisas mudam, outras deveriam mudar mas não o fazem. Viver é o que? O medo mesmo de se viver, um passado que magoou que impede que você seja plenamente o seu presente. É o que? Se não é estar por aqui e ficar calado esperando que tudo acabe. Um dia você aprende que nisso se deve passar mentindo; porque as pessoas não suportam a verdade, porque você se importa demais com alguém e não quer magoá-la, porque desse jeito é melhor, então você mente para seguir esse caminho. Um dia você aprende também que nisso se deve passar sozinho; não para que você não saia magoado, mas para não magoar a outra pessoa. A vida nem sempre é divertida, nem sempre é alegria: o problema é quando a parte triste é mais intensa e vigorosa, e daí? De qualquer forma, já tive o suficiente das coisas que gostaria de experimentar: o que quer dizer "amor". Já amei o bastante e fui amado em troca. Na verdade, meus relacionamentos podem ser explicados pela teoria Hegeliana da tese, antítese e síntese. (foi um insight de agora há pouco). Na tese, tive uma garota há bastante tempo, minha primeira namorada: pueril e bonitinho; Antítese: sexual e erótico; Por fim, a síntese que é a junção das anteriores. Amor Hegeliano. O que me deixa um tanto quanto confuso, é que não existe nada para além disso. Na tese eu sonhava com a antítese, na antítese eu sonhava com a síntese - mas nunca imaginei nada além da síntese. Diria que esse último romance foi tudo o que já sonhei. Também posso dizer que sei o que acontece quando você alcança um sonho e ele acaba: eu não tenho mais sonhos, mas vivi o maior de todos eles.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Existem coisas pelas quais você não pode fazer nada, não há uma parte boa em tudo; que o bem complementa o mal, e existe em sua direta relação e se definem um ao outro, sabemos, mas não quer dizer que seja possível equilibrar-se pautado nisso - pegando um pouco de cada um e usando quando apetecer. Uma xícara de prazer depois de uma decepção, para relaxar. Não é sempre que se encontra a alegria, não é sempre que as pequenas coisas que melhoram a vida estão visíveis, além disso, talvez algumas pessoas simplesmente não queiram encarar o mundo com um sorriso e mesmo dizendo que algum dia querem ser felizes, elas tem medo disso porque não sabem como é. Admita-se que viver ensimesmado e deprimido é mais fácil e menos cansativo; se você já está decepcionado não há meio de se decepcionar ainda mais; aliás, sabe quantos músculos são necessários para formar um sorriso? Sorrir é fatigante, acabo por ter algum tique nervoso, o canto da minha boca treme. Não entendo por quê as pessoas tem tanta aversão aos tristes, no máximo lhes guardam piedade e tentam fazê-los sorrir. Por que toda conversa amigável tem que começar com um sorriso? Porque somos superficiais demais e não conseguimos conhecer os sentimentos de coisa alguma, um sorriso amarelo e sem graça ainda é um sorriso, mesmo que nos olhos gritem pavor e medo. Por que os animais que mostram os dentes num esboço de sorriso são os favoritos do homem? Quem é o melhor amigo dele? O cão sorri um riso que não lhe significa nada e o gato que é sério demais é mal visto. Que sina com dentes. Sei, sei que é cultural, que em algumas sociedades o sorriso significa outras coisas ou nada, e os olhos que dizem tudo. Acho que só cansei de sorrir e estou sendo chato. Mas basta um sorriso para fingir que está tudo bem; como não percebem a mentira que há nisso eu não sei, devem perceber... hipócritas. Desmascarei esse hábito de mostrar os dentes, sorri para mim mesmo no espelho e vi que era falso. Chega um momento em que você cansa dessas coisas. Agora a vida escorre em lágrimas e sangue, manchando minha roupa com as marcas memoráveis de minha dor. Devagar essa nódoa insossa sai de suas feridas e desliza por minha pele se misturando com suor e poeira.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Agora passou a vontade de dormir, a intuição de sono, a preguiça de viver e estou aqui ainda: Bom dia.
Amanheceu definitivamente, está tudo muito claro - mais do que eu gostaria. Preferia estar dormindo, para ser sincero. Ouço carros com pessoas atrasadas para o trabalho, buzinas e muito barulho; pedestres apressados e pessoas esperando ônibus impacientes. Meus olhos ardem, estão muito tempo sem descanso e reclamam; as coisas ao meu redor parecem mais embaçadas do que de costume (não enxergo longe, mas hoje está pior). Fui procurar alguma coisa para comer e algum café, mais para passar o tempo do que para manter-me acordado - não tenho dificuldade em ficar de olhos abertos, mas sinto que deveria dormir. De qualquer forma, a hora de dormir já passou, agora vou esperar anoitecer novamente. Fiquei andando de um lado para o outro, a esmo, pensando no que fazer, em como fazer. Acabei por tomar meu café-da-manhã aqui perto, sem vontade alguma, sem fome e sem sede, apenas por praxe e nada mais. Essa manhã é como todas as outras, prefiro indubitavelmente o instante pouco antes de começar o dia, quando não se sabe se amanheceu ou amanhece, sabe? Pouca luz, mas uma inegável claridade; um azul muito peculiar no céu; um frio gostoso que não se sente durante o dia, nem durante a noite; um breve instante e já acabou; entre o dia e a noite; entre a claridade e a escuridão; Daqui a pouco o sono vem, quando menos eu precisar dele, ou seja, quando eu não puder dormir.
Eu não aguento mais, preciso dormir. Não consigo, não consigo - não tem como. Não durmo de jeito nenhum, não existe droga que me bote a sonhar, nem uma sequer. O sono está aqui, a meu lado, rindo de mim; não consigo dormir. O que é que há? Já não basta tudo por que passei por sua causa, ainda quer me roubar a sanidade? Me deixa dormir, deixa. Cochilar um pouco basta e não peço mais. Eu quero algum remédio que me apague por alguns instantes, quero alguma receita que me faça escapar disso tudo - quero fugir daqui, e agora quero ir sozinho. Eu quero dormir, mas você não deixa, não é? Isso tudo lhe dá prazer, um prazer que você nem sente, mas está ali bem guardado para quando você lembrar; saber que meu mundo gira e vejo estrelas, não é? Nem que seja apenas por causa dos remédios! É o seu prazer que você não sente, só quando precisa muito de algum alento, quando não existe mais nada, então você pensa um pouco em mim. Que pena que não lembra que eu não tenho mais nada além de pensar em você, que não durmo por sua causa; que pena que você lembra que eu existo apenas quando não tem nada melhor para fazer. Eu não existo só quando você precisa - eu sou em todos os momentos, piores que sejam - estou aqui mesmo quando você me esquece para ser feliz em outro lugar; mas eu não tenho outro lugar para ser feliz, como você, eu não tenho para onde ir, preciso de você agora e não aos poucos. Importa? Não, não importa. Quem não dorme sou eu; quem quer se jogar pela janela de angústia, apenas por pensar que hoje será um longo dia de merda, tentando me manter acordado até a hora de não conseguir dormir novamente, esse sou eu. Sou eu quem procura toda espécie de sono artificial; calma artificial; alegria artificial; sorriso artificial. Sou eu. Agora não aguento mais, preciso dormir: tirar um cochilo daqueles e nunca mais sonhar. Dormir com gosto e acordar com a marca do travesseiro no rosto todo. Babar. Roncar. Eu quero cair da maldita cama. Vá embora e me deixa dormir um pouco.

Por quê continuar escrevendo sobre as mesmas coisas quando elas não deveriam me preocupar mais? Porque ainda me atormentam. E porque em cada linha que escrevo fica um pouco mais de você, e logo posso dizer que apaguei todo parágrafo que restava em minha cabeça que não me deixava dormir, poderei escolher quando e como lembrar de você. Então lerei esses textos, que vai ser tudo o que terei ainda de você - e lerei quando me apetecer apenas. Diabos, vou esquecer tudo isso e você será uma lembrança borrada deixada em algum lugar. Estou contando as palavras que restam de nós e elas estão acabando, tenho-as na ponta dos dedos e agora não conto usando também os seus. Eu vejo o fim e ele não é nada grandioso, por melhor escrita que seja uma história, elas sempre terminam da mesma maneira: com um "fim" tacanho e acanhado desenhado da forma mais banal possível. Eu vou esquecer seu corpo infernal. Eu vou encher meu copo com algum líquido que me dê vida - e vai ser um porre enorme.

Os pássaros são sempre os primeiros a acordar, pouco antes do amanhecer. Escutei o primeiro deles gritando ao longe, o dia vai começar novamente e eu não dormi mais uma vez.

"Fim"

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Esse post é um pouco dissonante do que tem sido o blog até aqui - tampouco entendi o propósito disso. Mas quem me mandou foi um amigo chamado Tom e como ele pediu com carinho vou responder, também porque ele é grande e me bate muito fácil. Estou com insônia, novamente.

1 - Uma foto sua de que goste:

Pensei em colocar uma outra foto, que gosto mais e tem um significado bastante importante para mim, mas eu nunca recebi as fotos daquele dia. Então vai essa aí mesmo. (Rrrroooarrghh)

2 - Dedicar a 7 amigos (isso é muita coisa²) para que respondam também:

Indicaria para dois amigos, mas um é o Thomas que me enviou isso e o outro é o Lex (que enviou para o Tom). E agora? Acho que vai dar errado.

3 - Fazer um pedido POSSÍVEL para anjos da guarda pra amanhã:

"Anjos da guarda"? É por isso que não respondo esse tipo de coisa. Thomas, você me coloca em cada uma! Vai lá: eu quero ver a garota dos meus poemas mais uma vez. Me recuso a fazer pedido para anjo da guarda, mas espero ter sorte.

4 - 7 Filmes que eu veria de novo:

Apenas uma vez;
Brilho eterno de uma mente sem lembranças;
De tanto bater, meu coração parou;
Edward mãos de tesoura;
Em busca da terra do nunca;
Modigliani;
O fabuloso destino de amelie poulain.

5 - 7 Desejos:

Viver como sonho;
Menos insônia;
Um beijo dela;
Doutorado;
Escrever um livro;
Fazer um filme;
Esquecê-la.

6 - 7 Coisas que faço bem feitas:

Escrever;
Reclamar;
Sonhar;
Brigadeiro;
Pensar;
Parecer bem;
Ficar mal.

7 - 7 Coisas que não sei fazer:

Seguir minha vida;
Desenhar;
Contar piada;
Ser seguro;
Esportes em geral;
Esquecê-la;
Matemática.

8 - 7 Coisas que me encantam:

Música;
Literatura;
Cinema;
História;
Exagero;
Sonhos;
Fruta;

9 - 7 Coisas das quais me arrependo:

Ter sido orgulhoso;
Não saber amar com moderação;
Ter desistido;
Não ter chegado a tempo;
Não ter sido o bastante para quem amei;
Todas as coisas que não tive tempo de fazer com a garota que amo (como fazer piquenique, andar de bicicleta, comer algodão-doce com a mão, etc);
Não ter falado algumas coisas.

10 - 7 Coisas que eu diria pra alguém:

Você é infernal (no bom sentido);
Estava com saudades;
É bom ver você;
Você está linda;
Quer mais brigadeiro?;
Você vem sempre aqui?;
Eu amo você.

Bah, está aí. Vou sentar na janela e esperar amanhecer: bom dia.

sábado, 1 de maio de 2010

Engraçado ver o mundo de seu prisma e perceber como é fácil me esquecer, graças ao álcool e o que mais vier. Infelizmente continuo escolhendo você, independente do que venha, que pena que para você não foi suficiente o que havia em mim. Desce mais uma dose.