segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ninguém sabe como você se sente quando está aí sozinha, não é? Deitada em sua cama, farejando sofrimento pelos cantos. Podemos jurar que você sente o peso de suas escolhas na fronha do travesseiro. Arranhando as paredes com sua dor e seu cansaço. As horas passam e o sono não vem e essas coisas todas ficam em sua cabeça, como um cata-vento melancólico numa tempestade ou algo que o valha. Ninguém sabe. Jamais vão entender o seu amor – pelas pessoas e por essa vida. Aos poucos acaba a dor, não se preocupe – acaba o amor. Devagar você deixa essa paixão toda de lado. E se torna o que imaginavam de você. Algum dia você vai deitar por acaso e sentirá mãos ávidas, mas sem sentido em suas pernas, em seu corpo. Seu corpo é o objeto de seu prazer, mas, ninguém nunca entendeu essa sua necessidade narcisista de sexo. Me desculpe por contar a verdade, mas enfrentar a solidão é para os espíritos fortes e, acima de tudo, uma escolha. Cada alma solitária faz por merecer sua condição. Algumas amam demais e assustam, outras amam de menos e magoam. Cada qual luta por seus ideais, mas, no final, todos saem machucados dessa vida. E o amor acaba ficando para trás: sob um céu estrelado ao lado de quem se ama ou num quartinho de hotel barato, nas unhas afiadas e mal pintadas de uma puta que não beija na boca.

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