terça-feira, 15 de junho de 2010

A Alma

Nunca deixem que eu morra neste seu triste mundo
Doce é a lembrança bem guardada nesta cova
Mas, não me podem a vida post mortem a um túmulo
Nem cortem as minhas asas tão sonhadas agora

Sim, joguem minhas cinzas aos quatro ventos sem rumo
E larguem minha alma sem destino nem lápide
Eu não entro neste pequeno mausoléu sem fundo
Sou mais do que este infinito pedaço de saudade

Não sou cheiro de morte em cemitério encaixotado
Eu sou todo pó e cinzas - cinzas do seu cigarro
Eu sou esse toldo azul estrelado cheio de sonhos quebrados

Não me deixa trancada nas fronteiras da saudade
Se essa metafísica é real não me segure em imagens
Que eu viva às voltas pelo mundo - meu corpo insepulto.

(Pena que a alma seja uma mentira, mas tem seu charme)

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